Opinião - Bruno Teixeira - Jornal Fórum 18-02-2010

Aproximam-se as eleições para o PS Penafiel. Pessoalmente aguardo-as com grande expectativa. Será a oportunidade de ouro para que o PS se reestruture e aposte de uma vez por todas numa liderança forte e efectivamente disposta a trabalhar em prol do partido.

André Ferreira, cujo a candidatura parece uma inevitabilidade, conta com o apoio do velho PS, do PS dos anos 90, do PS ao qual os penafidelense infligiram a maior derrota eleitoral de sempre. André Ferreira representa um interesse corporativista de muitos que por força das pesadas derrotas eleitorais se vêem agora “obrigados” a afastarem-se do partido, mas que não querem perder a sua esfera de influência. Em suma, esta candidatura não passa de uma candidatura instrumentalizada que de pouco servirá os interesses do partido e que prioriza os interesses pessoais de um conjunto de indivíduos, que já estiveram à frente da autarquia e cujo desempenho nem sequer está aqui a ser posto em causa, mas que não querem perceber que as exigências agora são simplesmente outras.

De pouco serve arregimentar militantes apenas por arregimentar, se for para que estes se desliguem novamente da vida do partido no dia seguinte às eleições. É importante apresentar projectos, ideias para o partido, envolver directamente os militantes no quotidiano do PS Penafiel. Entrar por um caminho que não seja este, é persistir no erro que levou o PS Penafiel ao ponto que todos conhecemos. Também de nada serve rejuvenescer o partido apenas por rejuvenescer. É verdade que o PS Penafiel precisa de dar um salto geracional, mas esse salto tem de ser acompanhado por um salto qualitativo de todos os seus intervenientes mais directos.

Por tudo isto, acredito que o PS Penafiel deverá apostar em alguém com provas dadas, alguém que seja reconhecido não apenas localmente, mas que seja respeitado pela estrutura distrital e nacional do PS, alguém como Nuno Araújo. Se queremos efectivamente um PS Penafiel forte, não podemos alienar-nos constantemente das restantes estruturas e transformar Penafiel numa ilha isolada, afastada de tudo o que é centro de decisão.

Quanto à tão esperada união do partido, esta acabará por surgir naturalmente ao longo do mandato. Se houver trabalho haverá uma maior identificação, havendo uma maior identificação, haverá união, disto estou convicto. É preciso é trabalhar, e não acreditar que o poder nos cairá nas mãos por súbita vontade divina.